Aloysio Nunes será o sétimo ministro do presidente Michel Temer a ser indicado para um cargo na gestão do governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB)
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB), vai assumir a presidência da Investe SP, agência paulista de promoção de investimentos, no governo de João Doria (PSDB), em São Paulo. Nunes estará à frente da Investe a partir de 5 de fevereiro.
A Investe SP fica sob a responsabilidade da Secretaria da Fazenda, Planejamento e Gestão, que será encabeçada por Henrique Meirellles.
Ele será o sétimo ministro do presidente Michel Temer a ser indicado para um cargo na gestão do governador eleito. Antes de Nunes, foram anunciados os ministros Gilberto Kassab (Casa Civil), Rossieli Soares (Educação), Sérgio Sá Leitão (Cultura), Alexandre Baldy (Transportes Metropolitanos), Vinícius Lummertz (Turismo) e Meirelles também serão secretários estaduais a partir do próximo ano.
O passado do Ex-motorista do terrorista comunista Marighella
Apesar de ter assumido a linha de frente da oposição nos 13 anos do PT no Planalto, nunca se constrangeu em falar da amizade que mantém até hoje com o ex-ministro José Dirceu, seu ex-colega de movimento estudantil.
Aluno de direito do Largo São Francisco, a mesma faculdade do presidente Michel Temer, Aloysio iniciou a carreira política como presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto, em 1967. Era filiado ao PCB, que estava na clandestinidade. Foi nessa época que conheceu Dirceu, então presidente do União Estadual dos Estudantes (UEE).
Logo em seguida, se juntou aos quadros da Ação Libertadora Nacional (ALN) e entrou na luta armada.
Foi motorista de Marighella, o principal líder da ALN, em algumas ações e chegou a participar do célebre assalto ao trem pagador Jundiaí-Santos, em 1968. Coube ao futuro ministro das Relações Exteriores, dirigir um dos carros e guardar o dinheiro roubado que seria usado para financiar as ações armadas do grupo. Durante o período na clandestinidade, adotou, entre outros, os codinomes de Mateus e Lucas.
No mesmo ano do assalto ao trem pagador, foi enviado por Marighella a Paris, onde se transformou em uma espécie de embaixador da guerrilha brasileira. Cabia a Aloysio fazer contato com políticos e publicações europeias de esquerda para angariar apoio ao movimento brasileiro. Chegou a se filiar ao Partido Comunista Francês.
Anos depois, ao falar sobre o passado de guerrilheiro, Aloysio dizia ter uma visão "absolutamente crítica" do movimento não só por ser uma tática equivocada, como por combater a ditadura por "uma via que não era democrática".
Procurado no Brasil pelo ditadura, viveu na Europa até a anistia, em 1979. De volta ao país, foi eleito, em 1982, deputado estadual em São Paulo pelo PMDB.