Futuro mandatário quer "fazer uma limpa" na questão ideológica
O capitão reformado do exército, Jair Bolsonaro, será empossado na tarde desta terça-feira, 1º, como o 38.º presidente do Brasil. Aos 63 anos, ele conseguiu romper um ciclo de 22 anos de partidos com influências do pensamento de esquerda no poder: PSDB e PT.
A guinada “à direita” vem acompanhada de muita expectativa de uma população que deseja mudanças profundas na condução do país. Em uma de suas mensagens mais recente no Twitter, o futuro mandatário escreveu:
“Vamos desburocratizar o máximo possível. Fazer uma limpa[…] Vamos tirar todo o peso do Estado de cima de quem produz. Isso vale para todas as áreas”.
Falando sobre a educação no país, em outro tuíte, asseverou que “Uma das metas para tirarmos o Brasil das piores posições nos rankings de educação do mundo é combater o lixo marxista que se instalou nas instituições de ensino”. Durante a campanha, ele falou várias vezes sobre mudar a estrutura da educação no país, que passaria por modificações na Base Curricular Comum.
Com um discurso conciliador desde que foi declarado vencedor das eleições presidenciais, tem dito que pretende governar para “os 210 milhões de brasileiros, sem distinção de origem, raça, sexo, cor ou religião”.
O fato é que Bolsonaro não terá vida fácil. O país convive com uma crise econômica, altas taxas de desemprego, elevado índice de violência e constantes escândalos de corrupção.
As primeiras medidas a serem anunciadas são na área da economia. A prioridade é tramitar no Congresso a reforma da previdência, visando reduzir seu impacto nas contas públicas. Um “pacote” de medidas devem ser anunciados já nesta semana.
O foco nos primeiro cem dias será na redução do déficit público e melhoria do ambiente de negócios. O enxugamento na máquina também está na lista de prioridades, com a promessa de cortar 30% dos cargos comissionados.
Uma de suas principais bandeiras de campanha é a flexibilização da posse de armas, que é diferente do porte. O presidente acredita que “pessoas boas” devem ser capazes de se defender contra criminosos e incumbiu o ministro da Justiça, Sérgio Moro, de preparar um projeto neste sentido.
Na política externa, o Brasil buscará uma maior aproximação de países como Estados Unidos e Israel, rompendo com as alianças históricas do PT com Cuba, Venezuela e Nicarágua.
Dentre as dez principais promessas feitas por Bolsonaro, em pelo oito ele dependerá do Congresso. Além da reforma da Previdência, a flexibilização nas leis trabalhistas, a redução da Maioridade Penal e a revogação do Estatuto do Desarmamento prometem testar a capacidade de articulação do mandatário com o Parlamento.