MPF está contra a decisão do STF sobre passar crimes comuns para a Justiça Eleitoral
Deltan M. Dallagnol. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
As decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o envio de casos de caixa 2 ligados a crimes comuns como corrupção e lavagem de dinheiro foram criticadas pelo procurador da força-tarefa da Operação Lava Jato Deltan Dallagnol.
“Nunca houve tanta pressão sobre a Lava Jato como na última semana”, afirmou Dallagnol.
“Nós nos comprometemos a fazer de tudo e usaremos os melhores argumentos técnicos e jurídicos para defender o nosso trabalho e para continuar atuando do melhor modo possível contra corrupção, mas nós precisamos reconhecer que muito saiu de nosso controle”, disse.
A decisão de suspensão do acordo que permitiria a criação de uma fundação para gerir os recursos de R$ 2,5 milhões que a Petrobras foi multada a pagar pelas autoridades americanas também foram questionadas pelo procurador.
Dallagnol argumentou que o acordo para a criação do fundo, que receberia 80% desse valor, foi feito de modo “plenamente regular”. As declarações foram feitas durante um ato de desagravo realizado neste sábado (16) na sede do Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba.
Neste domingo, dezenas de manifestações contra as decisões do STF foram realizadas no país.
Na visão de Dallagnol, “cabe à sociedade brasileira em última análise, por meio dos seus posicionamentos, do Congresso Nacional e do governo federal decidir que país quer para si”.