
Militar se referiu ao discurso do presidente francês, Emmanuel Macron
General de Exército Edson Leal Pujol Foto: PR/Marcos Corrêa
No momento em que o governo brasileiro está sob forte ataque internacional por causa das queimadas na Amazônia, o comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, afirmou nesta sexta-feira (23) que não há motivos para o Brasil se sentir ameaçado.
A declaração acontece um dia depois de o ex-comandante do Exército e assessor do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Eduardo Villas Bôas, ter identificado nas falas do presidente francês Emmanuel Macron uma ameaça de guerra.
– A França é um país de tradição de liberdade e de democracia. Certamente não há motivo para nós nos sentirmos ameaçados – disse Pujol, após participar de sessão solene na Câmara.
Macron disse nesta quinta (22) que os incêndios na floresta geraram uma “crise internacional”. Em uma rede social, o presidente francês se referiu à Amazônia como “nossa casa” e disse que discutirá o caso no G7 (grupo que reúne Alemanha, Canadá, França, Estados Unidos, Itália, Japão e Reino Unido).
– Para que um país entre em um conflito armado tem que haver uma razão muito forte e tem que ter aceitação da sociedade, do Congresso. A sociedade tem que ver alguma razão para chegarmos a esse extremo de um conflito armado. Não basta um mandatário de uma nação querer – afirmou Pujol.
Mais cedo, no entanto, o comandante do Exército afirmou que os soldados brasileiros estão prontos para repelir qualquer tipo de ameaça.
– Aos incautos que insistem em tutelar os desígnios da brasileira Amazônia, não se enganem. Os soldados do Exército de Caxias estarão sempre atentos e vigilantes, prontos para defender e repelir qualquer tipo de ameaça – disse durante cerimônia do Dia do Soldado.
Na Câmara, Pujol disse que o papel das Forças Armadas é “defender a integridade territorial, a soberania, a nossa liberdade, a nossa democracia”.
O presidente Jair Bolsonaro assinou na tarde desta sexta um decreto autorizando o emprego das Forças Armadas para realizar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na Amazônia, no levantamento e combate a focos de incêndio. O ato foi publicado em edição extra do Diário Oficial.
*Folhapress