
Crise no PSL coloca em dúvida permanência de Bolsonaro no partido
Bolsonaro admite que pode ficar sem partido Foto: PR/José Dias
Ao deixar a China, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que pode se tornar “um presidente sem partido” se a crise no PSL não se resolver.
– Eu posso ser um presidente sem partido. Tanto faz eu estar com partido ou sem partido – afirmou neste sábado (26) pela manhã (sexta à noite no Brasil).
A legislação determina que políticos (deputados, senadores, prefeitos, governadores) podem ficar sem partido depois de eleitos. No caso dos deputados, se houver troca da legenda, eles podem perder o mandato.
A declaração, que ainda é uma hipótese, vai ao encontro das expectativas do eleitorado mais fiel a Bolsonaro, que é crítico da atuação dos partidos em geral.
O presidente admitiu que deseja ter uma expressiva quantidade de candidatos a prefeito nas eleições de 2020, incluindo as principais capitais. Mas disse que para isso precisa ter o controle do PSL.
– Pretendo ter 30 a 40 candidatos [a prefeito] pelo Brasil, mas tenho que ter decisão sobre o partido. Não posso entrar e, quando chegar na convenção, eles me deixarem para trás porque têm maioria. Eles [deputados] sabem que quem quer ser candidato a prefeito no ano que vem é melhor tirar uma foto comigo e não com outra pessoa – completou, referindo-se a Luciano Bivar, presidente do PSL.
Bolsonaro também criticou a imprensa por causa de matéria publicada pela revista IstoÉ, que diz que seu filho Eduardo teria pago as passagens de lua-de-mel com dinheiro do fundo partidário.
– É uma irresponsabilidade da imprensa brasileira. Como vai pagar com fundo partidário se quem administra [o fundo] é o Bivar? – afirmou.
*Folhapress