“A saúde não vive sem a economia e a economia não vive sem a saúde”, afirmou novo ministro.
Jair Bolsonaro e Nelson Teich. (Marcello Casal Jr / Agência Brasil)
O presidente Jair Bolsonaro anunciou o médico oncologista Nelson Luiz Sperle Teich para a vaga de Luiz Henrique Mandetta no Ministério da Saúde, demitido na tarde desta quinta-feira (16) após desavenças com o presidente.
Bolsonaro e Teich tiveram uma reunião logo pela manhã, segundo informações dos jornais O Globo e Estadão.
Teich se formou em medicina na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e se especializou em oncologia no Instituto Nacional de Câncer (Inca).
É doutor em Ciências da Saúde – Economia da Saúde pela Universidade de York, do Reino Unido e prestou consultoria nesta área no Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo.
“O Nelson é dos principais oncologistas do país e é um grande empresário, empreendedor e gestor de saúde. Seu momento atual é de dedicação a causas públicas”, diz Angélica Nogueira, diretora da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) à BBC News.
“Numa eventual transição, sua chegada pode ser positiva, por ser tratar de um profissional tecnicamente preparado e que poderá promover uma boa comunicação entre o Planalto e o Ministério da Saúde”, acrescenta Angélica. Para ela, Teich é muito político, técnico, científico e um exímio negociador.
Teich e o coronavírus
Em seu perfil no LinkedIn, o médico criticou a polarização que tomou conta do Brasil.
“A discussão sobre as estratégias e ações que foram definidas por governos, incluindo o brasileiro, para controlar a pandemia de covid-19 mostra uma polarização cada vez maior, colocando frente a frente diferentes visões dos possíveis benefícios e riscos que o isolamento, o confinamento e o fechamento de empresas e negócios podem gerar para a sociedade”, escreveu.
“É como se existisse um grupo focando nas pessoas e na saúde e outro no mercado, nas empresas e no dinheiro, mas essa abordagem dividida, antagônica e talvez radical não é aquela que mais vai ajudar a sociedade a passar por esse problema”, salientou.
Destacou ainda que “a situação do gestor de saúde é muito difícil, porque ele precisa tomar decisões duras usando informações e projeções que apresentam grande incerteza” e que “o sucesso vai depender da capacidade de colher dados críticos em tempo real, de incorporar e analisar essa base de dados atualizada, de ajustar as projeções quanto aos possíveis impactos das escolhas, rever as decisões e desenhar novas medidas e ações”.