Comentarista afirmou que o STF está misturando incitações à violência com críticas incisivas
Caio Coppolla critica inquérito das fake news Foto: Reprodução
Durante a edição de quarta-feira (10), do quadro O Grande Debate, exibido pela CNN Brasil, o comentarista Caio Coppolla fez duras críticas ao inquérito das fake news, ação aberta pelo próprio Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar a produção de notícias falsas e ataques contra membros da Corte.
Na opinião de Caio, o inquérito é completamente ilegal por conter vícios de origem, abusos de autoridade e violações. O comentarista afirmou que quem compactua com a medida “escancara seu viés autoritário”.
– Ele [o inquérito] é repleto de vícios de origem, abuso de autoridade e violações, à Constituição, às garantias fundamentais, ao devido processo legal e aos direitos humanos. Quem compactua, ou mesmo quem é conivente com esse inquérito, escancara publicamente seu viés autoritário – disse.
Caio, que diz ser vítima rotineira de notícias falsas, afirmou que tem interesse na investigação das fake news, mas apontou que o inquérito mistura casos de incitação à violência, ameaças e notícias fraudulentas com críticas legítimas e incisivas.
– Não podemos abrir mão do direito de afirmar, em alto em bom som, que o Supremo Tribunal Federal é uma vergonha. Por que isso não é um ataque à instituição, mas uma crítica à atuação de seus membros, alguns dos quais, no entendimento de muitos, não atendem sequer ao critério técnico de possuírem o tal notável saber jurídico – apontou.
O comentarista ainda lembrou a fala do ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do inquérito das fake news, onde o próprio membro do STF havia declarado que pessoas públicas deviam saber que estavam sujeitas a críticas. Coppolla afirmou que tal declaração escancara a incoerência e pessoalidade da Suprema Corte.
– Nós temos um tribunal que censura a imprensa, manda suspender conta de influenciadores na internet, ordena busca e apreensão contra os seus críticos mais ferrenhos. Só que, de forma cínica, quando estão julgando processos que não os afetam pessoalmente, os ministros se transformam em defensores dissimulados da liberdade de expressão – concluiu.