Segundo Iatseniouk, a próxima etapa seria a criação de um "corredor" ligando a fronteira russa à península da Crimeia
Soldado ucraniano observa por sobre os sacos de areia onde está entrincheirado. A Rússia já entregou a segunda remessa de ajuda aos rebeldes da Ucrânia, com o envio de caminhões transportando 2.000 toneladas de mercadorias desacompanhadas do outro lado da fronteira, informou a televisão nacional (Anatolii Stepanov/AFP/Getty Images)
O objetivo de Vladimir Putin é “eliminar a Ucrânia” como Estado independente, acusou no sábado (13) o primeiro-ministro ucraniano, apelando aos Estados Unidos e à União Europeia para garantirem o plano de paz na Ucrânia.
“O objetivo final de Vladimir Putin não é só as regiões (separatistas do leste) de Donetsk e de Lugansk, ele quer a Ucrânia toda” e “eliminar a Ucrânia como Estado independente”, declarou o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniouk, que falou durante uma conferência internacional anual consagrada à estratégia pró-europeia da Ucrânia.
“Ele não consegue aceitar a ideia de que a Ucrânia faça parte da família europeia, ele quer restaurar a União soviética”, adiantou, numa altura em que Kiev se prepara para ratificar na terça-feira o acordo histórico de associação com a UE.
Segundo Iatseniouk, a próxima etapa seria a criação de um “corredor” ligando a fronteira russa à península ucraniana da Crimeia, anexada pela Rússia em março, que passaria por numerosas regiões do sul da Ucrânia.
Iatseniouk considerou “prematuro” falar de uma solução oito dias depois da entrada em vigor de um cessar-fogo acordado entre Kiev e os separatistas pró-russos com a participação da Rússia e a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE).
“Um acordo bilateral (de paz) com a Rússia não é a melhor (ideia). Eu apoio o denominado formato de Genebra com os Estados Unidos, a UE e a Rússia, nós não somos suficientemente fortes para entrar em negociações bilaterais com a Rússia”, adiantou.
A Ucrânia e os Ocidentais acusam a Rússia de armar os rebeldes pró-russos e de ter enviado tropas regulares para o leste da Ucrânia, mas a Rússia desmente.
A ideia do cessar-fogo concluído em Minsk “é parar o massacre” do conflito de cinco meses, do qual já resultaram mais de 2.700 mortos, sublinhou o primeiro-ministro.
“Eu ficaria feliz que a paz se instalasse no meu país mas a questão é a que preço”, sublinhou.
“Vamos lutar pelo nosso país e pela nossa independência”, concluiu.