Segundo Barusco, foi no governo Lula, a partir de 2003 ou 2004, que a corrupção da Petrobras tomou um caráter "institucional"
A presidente do Brasil, Dilma Rousseff (esq.) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (dir.), participam da cerimônia de abertura do 14º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), em São Paulo, Brasil, em 2 de maio de 2014 (NELSON ALMEIDA/AFP/Getty Images)
Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços da Petrobras, depôs nesta terça-feira (10) durante cinco horas na CPI que investiga a corrupção na empresa, quando afirmou que a campanha de Dilma Rousseff à Presidência em 2010 recebeu 2 milhões de reais do grande esquema de lavagem de dinheiro da estatal, segundo reportagem da revista Veja.
O ex-gerente afirmou à comissão da CPI que Renato Duque pediu o dinheiro pessoalmente à empresa holandesa SBM Offshore, quando era diretor de Serviços da Petrobras. Barusco afirmou que a solicitação foi feito à SBM para o patrocínio da campanha, mas não foi entregue diretamente pela empresa. O dinheiro foi entregue para o ex-gerente, que repassou o dinheiro em outra transação para a campanha presidencial do PT em 2010.
Em seu depoimento, ficou demonstrado que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, estava diretamente envolvido no esquema de corrupção da Petrobras. Anteriormente, Barusco já havia afirmado que Vaccari recebeu de 150 a 200 milhões de dólares em propina, entre os anos de 2003 e 2013.
Ainda segundo Barusco, foi no governo Lula, a partir de 2003 ou 2004, que a corrupção da Petrobras tomou um caráter “institucional”.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, safou temporariamente Dilma Roussef nas apurações da Lava Jato, alegando que ela não pode ser investigada por “atos estranhos ao exercício de sua função” de presidente da República. Mas nem Janot nem o ministro Teori Zavascki puderam impedir que as investigações prosseguissem quanto à arrecadação de recursos para a campanha presidencial do PT.
O ponto de partida dessas investigações está sendo a participação do ex-ministro Antonio Palocci, organizador da campanha de Dilma, auxiliado pelo tesoureiro João Vaccari Neto, que coletava diretamente as doações. O pedido para investigar o ex-ministro foi enviado à Curitiba para que o juiz Moro dê prosseguimento às investigações, auxiliado pela força-tarefa do Ministério Público e da Polícia Federal, segundo informado no site Tribuna da Internet.
Em sua delação, o doleiro Alberto Youssef já havia declarado que o “Palácio do Planalto” sabia de “certos fatos” investigados pela Lava Jato. Ao ser questionado sobre quem seria o “Palácio do Planalto”, Yousseff mencionou seis ex-ministros do governo Lula (Gilberto Carvalho, Ideli Salvatti, Gleisi Hoffmann, Antonio Palocci, José Dirceu e Edison Lobão), além do próprio ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff.
Fonte:https://www.epochtimes.com.br