Somos aqueles que se levantam todos os dias antes do sol raiar. Usamos roupas estranhas, inadequadas para as festas ou para passear. Usamos coturnos escuros, pesados e muitas vezes desconfortáveis. Somos brancos, negros, índios, mulatos, homens e mulheres. Mas, nossas diferenças ficam lá fora. Aqui dentro, na nossa casa, somos uma fraternidade. Só quem conosco já conviveu pode compreender isso. Juramos dar a vida pelo nosso irmão e pela nossa Pátria.
Somos também aqueles maltratados diuturnamente pela mídia que não compreende a nossa missão e nem se preocupa em conhecer a nossa formação. Somos democratas e até quando precisamos intervir nos destinos da nação o fazemos de forma serena e responsável. Entramos e saímos de cabeça erguida. Somos criticados, mas, não nos importamos com isso: nos basta a consciência tranqüila do dever cumprido. Aguardamos a hora certa para agir. Conhecemos o Brasil, seus aliados e seus inimigos, internos ou externos. Não negligenciamos a nossa missão; conhecemos nossa responsabilidade com a nação. Estamos presentes em todo o território nacional: levamos água ao povo nordestino, saúde e educação às florestas; levamos a paz, o braço forte e a mão amiga à países arrasados pela guerra; construímos rodovias e órgãos públicos. E não superfaturamos nossos preços: antes, costumamos devolver dinheiro que sobra em nossas obras. Sabemos o sacrifício que o pobre povo brasileiro faz para pagar seus impostos. Somos povo também.
Derramamos nosso sangue em Guararapes, Tuiuti, Monte Castelo, Montese, Vale do Ribeira, Araguaia, Morro do Alemão, Haiti. A lista é longa. Mas, o sangue que ali derramamos serviu para poupar o sangue dos nossos irmãos que ficaram em casa e para lhes garantir a liberdade. Lutamos não porque odiamos o que está à nossa frente, mas, porque amamos quem protegemos e nos espera em casa. Choramos a emoção do irmão de farda caído, muitas vezes esvaído em sangue; mas, nos comove muito mais o sorriso simples da criança que muitas vezes salvamos. Na Itália, ainda hoje, somos chamados de “liberatori”. No nosso país já fomos chamados de torturadores. Não importa, com o mesmo empenho desembocamos as duas missões. Nos submetemos ao julgamento da história, pois, o julgamento dos homens muitas vezes é embotado por interesses ideológicos espúrios. Nos orgulhamos de ter abrigado inúmeros heróis em nossas fileiras; seus nomes ainda ecoam no sagrado panteão da honra: Caxias, Sampaio, Osório, Mallet, Frei Orlando, Iporã, Max Wolff, Brilhante Ustra, apenas para citar alguns. Muitos deram seu sangue no cumprimento da missão de defesa da Pátria. Honramos suas memórias!
Somos os cidadãos armados, guardiões do território nacional. Somos também os garantidores da paz, da ordem e do progresso. Somos a “ultima ratio regum”, mas, nosso Rei é nosso povo; nosso castelo, nossa casa; nossa vida, nossa missão! Não importa que muitos não compreendam isso. Nos basta saber que missão dada é missão cumprida. E que a história ensina que nunca, nunca falhamos em uma missão! Somos invictos! Orgulhosos, marchamos em continência ao Pavilhão Nacional que representa nosso amor e nossa dedicação à Pátria!
Nós somos eu, você, ele, ela, brasileiro, brasileira, honesto, direito, trabalhador, sofrido, esperançoso, patriota. Preferimos dar o exemplo a alardear nossas conquistas. Comungamos dos mesmos ideais de todos os brasileiros patriotas: um Brasil livre, justo, soberano, democrata e independente. Para isso juramos fidelidade à nossa Pátria. Para isso estamos dispostos a dar a própria vida.
Nosso brado resume nossa fé de ofício:
BRASIL, ACIMA DE TUDO!
Nós somos, orgulhosamente, o Exército Brasileiro!
Uma singela homenagem aos homens e mulheres do Exército Brasileiro no seu dia.