Além de jornalista, ela é cineasta e luta contra o infanticídio indígena
A jornalista Sandra Terena, foi anunciada na tarde desta quarta-feira (2) como Secretária Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SNPIR), do ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, capitaneado por Damares Alvez.
Indígena do povo Terena, de uma aldeia fundada há 102 anos, na qual seu avô foi um dos patriarcas, Sandra Terena – ou “Alieté”, como é chamada na língua nativa, se tornou a primeira jornalista indígena do Brasil em 2003.
Tornou-se uma das principais vozes brasileiras na construção de políticas públicas direcionadas à defesa de direitos de comunidades tradicionais.
Sua história é de superação. Sandra faz parte de uma minoria invisível que conseguiu cursar uma universidade, depois a pós-graduação e conseguir aplicar o conhecimento para implementar, na prática, a busca pela melhor qualidade de vida de seu povo.
Ela conta que escolheu a profissão como meio de defesa da comunidade indígena. Presidente da ONG Aldeia Brasil há 13 anos, utilizou seu aprendizado para produzir, com recursos próprios, um documentário em algumas aldeias, como na região do Xingu e no Amazonas, denunciando a omissão do poder público sobre a prática do infanticídio dentro de aldeias indígenas da região.
Prêmio Jovem da Paz
Membro da igreja evangélica ICP, de Curitiba, ligada à Rede Inspire, Sandra venceu outra barreira ao produzir o documentário “Quebrando o Silêncio”, fruto de mais de 80 horas de gravação e três anos de pesquisa de campo. O filme serviu como reflexão para que as lideranças tradicionais de diversas etnias passassem a orientar a comunidade para salvar a vida das crianças. O resultado deste trabalho rendeu a ele o Prêmio Internacional Jovem da Paz, em 2009.
Comunidades Tradicionais
Em 2013 recebeu mais dois prêmios por uma reportagem que trouxe visibilidade a uma causa dos pescadores, marisqueiras e catadores de caranguejo do litoral do Paraná que lutavam há mais de uma década para receber uma indenização causada por acidentes ambientais. Após a reportagem, mais de seis mil famílias conseguiram receber seu dinheiro e o Ministério Público, a partir da notícia, descobriu uma organização criminosa dentro do Fórum de Paranaguá, no litoral do estado. Os cartórios cíveis foram estatizados e o juiz da comarca foi preso.
Desde 2013, Sandra Terena atuava como diretora no setor de Mobilidade Urbana da prefeitura de Curitiba. Nesse período foi representante da pasta nas Conferências Municipais dos Direitos Humanos nas temáticas: Igualdade Racia e da Pessoa com Deficiência. A partir de agosto de 2017 passou a integrar o quadro da Fundação Cultural de Curitiba. Agora, no ministério
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